INERTE
Quando queremos caminhar e não sabemos dar os passos
quando perdemos os rumos, descalços no asfalto
Sufocados por algo que mal cabe em nós
Quando nos vemos perdidos, atados aos nós
que é impedimento para qualquer ação
quando ouvimos os nãos... e negamos quem somos, quem podemos ser
Quando o sentido é perdido, e os passos são lentos
e o que nos consola é somento o silêncio
nada segue em frente, nenhum passo é dado
nada há pela frente, tudo segue errado
E já não sabemos mais o que fazer
Quando assim nos encontramos, neste desconsolo
E nos entregamos a um abandono
Pois nos falta força, determinação
Quando nos prendemos com tantos poréns
em tamanha angustia e algum desdém
e nos resta apenas indignação
Quando o peito se oprime com o que vê no espelho
atormentando a mente, entre o desespero
de se ver perdido, de não se saber
Ou quando se sabe, mas não sabe ao certo
qual o melhor caminho, e não se encontra nexo
ficando à deriva do seu próprio ser
Há um caminho àrduo, cheio de espinhos
Um caminho em busca de serenidade
cheio de estilhaços, e de azevinhos
Que indicará, em sua verdade, uma possível ação
De mergulhar em si e ver a direção
Mas nem mesmo vê-la lhe dará um rumo
Sendo necessário ir um pouco além
Não olhar a si, mas buscar o outro
E na sombra dele, ver o seu oposto
E iluminar-se com o que não tem
Comentários
Ainda que suado. Tenso. Inoportuno. Sofrido. Permita-se.
Beijosss
Parabéns!
Como essa luz nos faz bem! Beijos!